Enquanto parte do Brasil enfrenta o desafio da proliferação da dengue, o Governo do Pará realiza ações para manter o controle sobre a doença nos 144 municípios. Em parceria com as prefeituras, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) supervisiona a aplicação do Programa Nacional de Combate à Dengue (PNCD), por meio dos 13 Centros Regionais de Saúde.
A Sespa analisa os dados sobre os casos e identifica os municípios prioritários para apoio imediato a cada semana epidemiológica e/ou ciclo de trabalho de monitoramento e combate ao vetor, o mosquito Aedes aegypti. Até o dia 1º de março de 2024, semana epidemiológica 9, o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) registrou 6.949 casos suspeitos de dengue notificados no ano de 2024, no Pará. Destes, 1.950 foram confirmados e 2.859 estão em investigação. Ainda de acordo com os dados, até esse período eram 207 casos de dengue tipo 1 e 354 de dengue tipo 2.
SINTOMAS
A dengue se caracteriza pela presença de sintomas como febre (39°C a 40°C) de início repentino, dor de cabeça, náusea, vômito, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos.
A presença de dor abdominal intensa, sangramento de mucosa, acúmulo de líquido em cavidades corporais, aumento do tamanho do fígado entre outros sintomas podem indicar o agravamento da doença e os indivíduos devem procurar orientação médica com urgência.
Mulheres grávidas devem redobrar os cuidados, considerando que estão em um grupo de risco elevado.
Durante a gestação, os riscos aumentam, podendo acarretar complicações sérias, tanto para as mães quanto para os bebês. Na gravidez, a gestante compartilha seu sistema imunológico com o bebê, por isso fica mais suscetível a infecções, podendo evoluir para quadros graves.
De acordo com Adriana Tapajós, diretora do Departamento de Endemias da Sespa, neste momento existe um esforço estratégico do Estado para reduzir o adoecimento da população.
“A Sespa utiliza todos os recursos disponíveis em sua estrutura interdisciplinar para antecipar-se aos surtos de casos de dengue e outras arboviroses, atuando de maneira ágil no controle da propagação e no combate ao vetor transmissor”, enfatiza a diretora.
Para a gestora, o diferencial do Estado tem sido a análise multidisciplinar e intersetorial, juntamente com a antecipação dos aumentos de casos de dengue e outras arboviroses (como zika vírus, febre Chikungunya, febre amarela, mayaro e ourepouche), utilizando o conhecimento das redes de saúde disponíveis para o planejamento de ações de contingenciamento.
Além disso, o dinamismo no fluxo de informações tem permitido direcionar as medidas necessárias para as áreas e municípios prioritários.
AÇÕES DE SAÚDE
Entre as ações desenvolvidas estão a promoção de oficinas de nivelamento, capacitações virtuais e presenciais, além de avaliação e adequação dos Planos de Contingência para Epidemias de Arboviroses Municipais.
A Sespa também acompanha as Salas de Situação para Arboviroses do Estado do Pará (Regionais e Municipais), realiza supervisões e monitoramento locais, oferece assessoria permanente e apoio ao controle químico em áreas identificadas com necessidade de bloqueio da transmissão, após avaliação criteriosa, em virtude do potencial risco ambiental.
Adriana destaca também que a Sespa está introduzindo uma nova tecnologia para monitoramento do vetor, instalando armadilhas ovitrampas nos municípios de Belém, Breves e Parauapebas. “Além disso, monitora os índices de infestação do vetor e tipos de recipientes predominantes em todos os municípios, e promove educação em saúde nas escolas, por meio de atividades práticas para sensibilizar os alunos a eliminarem criadouros e compreenderem o ciclo de vida do mosquito”, completa.
Entre as equipes de trabalho está a Coordenação Estadual de Arboviroses que atua também com inteligência estratégica, monitorando sistemas de informação e colaborando estreitamente com os 13 Centros Regionais de Saúde do Estado.
“O objetivo é responder prontamente a eventos suspeitos e executar ações prioritárias para evitar óbitos por arboviroses, contribuindo para a qualidade da saúde pública e economicidade dos recursos do estado. Temos uma equipe incansável no empenho e dedicação ao serviço público, reconhecendo sua importância vital na luta contra as arboviroses”, afirma Marcos Moraes dos Prazeres, coordenador estadual de Arboviroses.
Ainda que o cenário esteja controlado, em relação a outras unidades federativas do país, a Secretaria salienta a necessidade de manter a vigilância diante de fatores como alta temperatura, grande quantidade de chuva e presença de reservatórios propícios para o acúmulo de água e presença do mosquito transmissor.
“Recomenda-se que todos os cidadãos se envolvam ativamente na erradicação de possíveis criadouros de mosquitos em suas casas, façam uso de proteções como: mosquiteiros, roupas longas, repelentes e caso apresentem sintomas, busquem imediatamente assistência médica em uma unidade de saúde para diagnóstico e evitem a automedicação”, afirma a diretora.
Entre as medidas preventivas a Sespa orienta os seguintes cuidados:
- Manter a caixa d’água, tonéis e barris de água bem fechados;
- Colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada;
- Não deixar água acumulada sobre a laje;
- Manter garrafas com boca virada para baixo;
- Acondicionar pneus em locais cobertos;
- Proteger ralos sem tampa com telas finas;
- Manter as fossas vedadas;
- Encher pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda e lavá-los uma vez por semana.
- Eliminar tudo que possa servir de criadouro para o mosquito como casca de ovo, tampinha de refrigerante entre outros.